"Dos Outros"

Algo de errado ocorre....
Levantamos e dormimos nestas últimas semanas vendo cenas européias e serranas. Uma névoa linda, cortante, seus movimentos sutis trazem embriagues a nossa visão e as lembranças ou sonhos afloram. Ao fundo de nossos planaltos contemplamos uma maravilhosa cortina de névoa esvoaçante e misteriosa.
Meche com nosso íntimo e os mais profundos pensamentos de onde vem essa aventureira e arrebatadora névoa capaz de conter até o sol. Alguns dizem que as chuvas irão afastá-la? Outros dizem que as chuvas é que a trouxe. Mas o certo é que ela está lá, dia após dia, noite após noite nos observando e nos testando.
A espera de algo, lá está ela, imponente e aqui estamos nós impotentes. Não adianta nos esconder ou procurá-la, não é você que acha, ela o achará. Em qualquer lugar. Talvez “ela” seja um reflexo de desejos íntimos, o de sermos europeus e fingirmos que somos superiores.
A imponência mascarada de atividades onde os louros da vitória são a custa de suor e sangue não revela a sua verdadeira intenção. Então galgamos grandes empreitadas afim de conter a avidez impressa no coração humano. Lutamos.
Sempre tem-se alternativas que nos beneficiam ou apenas não nos prejudicam, o que falta é inspiração e fé. Vamos inspire fundo, a doce essência das brumas, que nos embelezam a vida sem cor. Com sua majestosa cor cinza, a bruma representa o custo e o poder sobre a nossa terra.
Vida grandiosa é ter o poder para conhecer os segredos das brumas. Assim como as Senhoras e Rainhas dominavam as Brumas de Avalon, também temos deuses e magos capazes de dominar as brumas de nossa comunidade que se vê hoje inebriada de névoas misteriosas.
Impregnadas da marca da morte, sim, morte. Essas brumas fuliginosas sobrevivem da vida de seres possuidores de essência, oriundos da mesma essência e divina e evolutiva de nossa espécie.
A crueldade é incessante e beira a ignorância. As brumas fuliginosas oriundas da necessidade de se obter estruturas monetárias inertes, formam-se as custas de sofrimento, dor e morte. Todos sofrem até os seus causadores.
Esses imponentes controladores das brumas fuliginosas do cerrado que trazem sofrimento, fazem do dom divino evolucionário da inteligência humana algo castrado. Os levantes do povo são suprimidos pelo pagamento de estruturas monetárias inertes oriundos da essência de vida dos seres.
Feche os olhos e respire profundamente e deixe se inebriar com as brumas do cerrado. Luzes, palpitações e lagrimas ocorrerão, não apenas de saudosismo, mas realmente por ocasião de reações de irritabilidade de nossos corpos não suficientemente evoluídos para tolerar as brumas.
Acabamos nós seres pouco evoluídos sucumbindo às brumas. Enquanto seres mais evoluídos, que tiveram o seu intelecto castrado, continuam controlando imbecilmente as brumas do cerrado.
Sabe-se que a chuva irá afastá-la. Mas o fato é que estas brumas foram criadas e são controladas por seres humanos, com corações possuídos por avidez do consumo. Talvez “ela” seja um reflexo de desejos íntimos, o de sermos e/ou fingirmos que somos superiores. Mas o fato é que não somos.
Ao amanhecer ouço o choro de alegria da Siriema ao longe, pois as brumas que cobriram a noite feito uma sombra, se desfez e voltou ao horizonte para ficar crescendo em poder e grandeza e a noite nos sufocar novamente.
Com sua majestosa cor cinza, a bruma representa o custo sobre o poder da nossa terra. Brumas impregnadas com a marca da morte, sim, morte. Essas brumas fuliginosas sobrevivem da vida de seres possuidores de essência, oriundos da mesma essência divina e evolutiva de nossa espécie.
Assim, voltam às brumas e com elas o pensamento que existe algo de errado. A Siriema deveria cantar de alegria em ver o sol. Os imponentes controladores das brumas fuliginosas do cerrado que trazem sofrimento, fazem do dom divino evolucionário da inteligência humana algo castrado. Pois, pensamos, acreditamos e dizemos que tudo isso é culpa DOS OUTROS. É como se dissemos que o mundo é dos outros e que os outros devem fazer algo para arrumar os estragos.
Prof. Andrei Mello

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